Viver e Morrer pela Boca

Eduardo Ameida, MD, PhD, 2003

O ditado hipocrático de que o homem vive e morre pela boca, para salientar o papel da dietética, sempre foi destacado pela medicina natural. Mas, nos dias de hoje, a percepção da função da boca tem experimentado mudanças profundas. A boca deixou de ser apenas porta de entrada e local da mastigação. Alguns autores a colocam no centro do desenvolvimento Neurobiológico. Ou seja, todo mamífero começaria seu desenvolvimento pelo processo de sugar/mastigar. A partir desse processo primário se organizaria todo o desenvolvimento neural e estrutural. Os profissionais que de alguma forma contemplam essa perspectiva, são testemunhas do poder de influência dessa região no todo orgânico.

Se adicionarmos a esta questão, a intervenção da dentística moderna, geralmente orientada apenas por princípios estéticos, podemos concluir, como muitos autores já o fizeram, de que parte expressiva das pessoas tem em suas bocas uma espécie de bomba relógio, que a qualquer momento poderá ameaçar seriamente o equilíbrio orgânico. Médicos e dentistas devem ter a exata consciência desse problema, e não subestimar as evidências, ou valorizar a estética em detrimento da saúde de seus clientes. Poucos médicos valorizam a boca como fonte de adoecimento, e poucos dentistas admitem o potencial patogênico da boca sobre o todo o orgânico.

É curioso perceber como um certo saber odontológico conseguiu descolar a boca do todo orgânico. Se alguém tem uma fratura óssea, e coloca uma placa metálica. Tanto o médico como o cliente ficam com a clara noção de que foi colocado algo estranho no organismo (corpo estranho). O cliente geralmente diz que possui uma "platina" em tal membro, numa clara afirmação da artificialidade do fato, ficando também implícito a noção de um problema potencial. Qual a diferença entre este procedimento e os procedimentos da moderna dentística e seus materiais? Absolutamente nenhum, ou melhor, no caso da ortopedia, geralmente se usa material à base de titânio, que possui baixa toxicidade e incompatibilidade. No caso dos dentistas, temos o amálgama (mercúrio, estanho, prata), as ligas metálicas das coroas (ouro, níquel, paládio, etc), todos esses metais com evidências incontestáveis de toxicidade orgânica. Sem falar na proximidade desses metais com o Sistema Nervoso Central (SNC).

Podemos dizer que qualquer intervenção na boca é fonte potencial de problemas sistêmicos. Como diz Klinghardt:"se o médico recebe um paciente e quer saber, antes do exame clínico, se ele possui fatores agravantes para a sua saúde, peça que ele abra a boca. Se houver intervenção do dentista, considere logo essa possibilidade. Se não houve intervenção, fique recompensado."

Esse artigo pretende chamar a atenção de médicos e dentista para essa grave situação. Sabemos da complexidade do problema, mas a pior estratégia é ignorá-lo. Autores como Klinghardt afirmam textualmente que os problemas da boca são responsáveis direta ou indiretamente por cerca de 80% do adoecimento humano. São muito mais importantes que a poluição ambiental e o stress. Na verdade, são um tipo particular de stress orgânico, a provocar sobrecarga persistente do organismo com manifestações como: dor crônica, fadiga, insônia, câncer, candidíase, infecções crônicas, fibromialgia, etc..

Em princípio, essas afirmações podem parecer exageradas ou estranhas para a maioria dos terapeutas, mas por trás de tais afirmações estão o saber e a experiência ancorados na Neuralterapia, Cinesiologia Aplicada e Medicina Biológica. Campos de conhecimento ainda pouco divulgados entre nós. Portanto, antes de emitirmos nossos juízos de valores, deveríamos conhecê-los e tirarmos nossas conclusões.

Pelo menos quatro grupos de problemas podem ser listados como contribuintes no processo causal dos desequilíbrios originários da boca:

1. Campos interferentes

A presença de um tecido com células com potencial de membrana diferente da célula normal, pode desempenhar, dependendo das habilidades do organismo, a função de campo interferente. Seria uma espécie de ruído, uma onda de rádio interferente, a estressar o sistema bioelétrico (bioinformação) do organismo. Cicatrizes faciais, cicatriz de extração dentária, granuloma, dentes inclusos, dentes desvitalizados, síndrome NICOS (cavidade pós extração), cistos, sinusites, amigdalites, etc., são as principais origens dos processos interferentes da boca. O exame radiológico contribui apenas em parte para o processo diagnóstico. Ou seja, contribui apenas quando positivo. A ausência de achados radiológicos não afasta a presença de campos interferentes. Na verdade, o "dente problema" sem sinais radiológicos costuma ser campo interferente com maior potencial de desorganização, pois significa que o organismo não foi capaz de se mobilizar para dar conta do problema.

Freqüentemente, um campo interferente se origina e é mantido por um processo de infecção crônica, como é o caso de amigdalite, sinusite e de dentes desvitalizados (sem canais). Nesses casos, o campo interferente é chamado de Foco. Entretanto, vários autores não gostam de ligar infecção apenas ao Foco, pois todo campo interferente é um tecido com processo de defesa local comprometido, e quase sempre espaço para infecções crônicas. São faces de uma mesma moeda.

2. Toxicidade dos materiais dentários

Todos os materiais dentários são potencialmente tóxicos. Alguns materiais são quase sempre tóxicos, como é o caso do amálgama, ligas com níquel, paládio. Outros dependem da interação com o organismo. Destaque especial deve ser dado ao amálgama, uma liga de mercúrio, prata e estanho, às vezes cobre. Ao contrário do que os dentistas que seguem a linha americana (American Dental Association - ADA) dizem, o mercúrio dessas ligas são liberados em quantidades significativas no organismo. Essas quantidades são dependentes de pH de saliva, eletrogalvanismo bucal, presença de outros materiais, grau de desgaste das obturações e, sobretudo, a retirada, sem a devida proteção e observações técnicas, das obturações de amálgama. Do outro lado do processo, está a capacidade do indivíduo eliminar o mercúrio. Isto depende, sobretudo do seu grau de intolerância/alergia ao metal, e da sua capacidade de eliminação, principalmente hepática, intestinal e renal.

Não existe mais qualquer suporte científico para afirmar, como o faz a nossa odontologia oficial, que a liga do amálgama é uma liga estável que não libera os seus componentes. Além dos milhares de casos tratados com sucesso por médicos e dentistas de todo o mundo, das dosagens incontestáveis dos níveis de mercúrio nos líquidos e tecidos corporais, os trabalhos do Professor Murray Vimy da Universidade de Calgary no Canadá são peças irrefutáveis. Seus trabalhos, usando obturações de amálgama com mercúrio marcado em ovelhas e macacos, revelaram a presença quase imediata, após uma obturação tecnicamente correta, do mercúrio em órgãos como Rim, Cérebro, parede intestinal, amígdalas.Outros estudos revelam que uma pessoa com oito obturações com amálgama é sobrecarregada com cerca de 120 microgramas de mercúrio diariamente. Esse valor é compatível com uma eliminação fecal de cerca de 60 microgramas por dia descrita em outros estudos semelhantes.

Diante de todos esses dados, só podemos concluir que o suporte para a defesa do amálgama encontra-se em outro campo que não o científico. E isso é fácil de se compreender. Imagine o risco para os profissionais, caso a ADA admitisse poder o amálgama provocar tudo o que tem sido dito e evidenciado por centenas de médicos e dentistas. Seriam milhares de ações indenizatórias nos EUA, que puxariam outras tantas pelo mundo afora. Daí o fortíssimo lobby a favor do amálgama, menos a favor do seu uso, sobretudo, pela não condenação.

A sobrecarga por mercúrio pode simular qualquer quadro clínico, da queda de cabelo às doenças degenerativas de Sistema Nervoso Central (SNC). Este metal possui grande trofismo pelo SNC, gânglios do Sistema nervoso Autônomo(SNA), tecido conectivo/mesênquima, Rim e Fígado. O organismo, no entanto, tenta mantê-lo na medida do possível restrito à boca. Assim, os ossos da face passam a ser grandes estocadores de mercúrio. Os estudos de Max Dauderer na Alemanha, não deixam quaisquer dúvidas. Ele pode revelar, com estudos histoquímicos de fragmentos de ossos da face, a forte presença desse metal pesado. Fez dosagens de mercúrio em algodões de curativos de drenagens de canais, e comprovou o altíssimo grau de eliminação de mercúrio, chegando em alguns casos a níveis centenas de vezes superior à eliminação urinária. Esses achados levaram o autor a afirmar que a síndrome de cavitação dentária (cavitation sindrome) é, na verdade, manifestação da intoxicação por metal pesado.

A toxicidade do mercúrio não é dependente apenas do grau de sobrecarga do organismo por este metal. É função, em grande medida, da capacidade do organismo lidar com essa sobrecarga. Entretanto, existe uma clara correlação entre o número de obturações com amálgama e as manifestações clínicas.

Outra questão que merece destaque, é o risco real de intoxicação por parte dos dentistas. Os dentistas, principalmente os que usam turbina para retirar as obturações com amálgama, respiram o pó fino contendo mercúrio, que vai direto para suas amígdalas olfativas e daí para eixo hipotálamo-hipofisário. Os dentistas europeus costumam se proteger com máscara adequada, colocar exaustão para fora da sala, e fazerem drenagens freqüentes com queladores de mercúrio.

A medicina ortomolecular, mais conhecida entre nós, tem abordado a questão da intoxicação pelo mercúrio ainda parcialmente, pois concentra a diagnose da intoxicação pelo mercúrio na análise do cabelo. Ora, o cabelo só é bom indicador nas intoxicações continuadas e de certo vulto. Pessoas que já retiraram o amálgama anos atrás continuam intoxicadas, e não costumam ter níveis tóxicos no cabelo. Ou seja, o mercúrio só vai para o cabelo, depois que "transbordou" dos tecidos de maior trofismo. Na maioria dos casos, a intoxicação é cumulativa, ocorrendo, principalmente, nos momentos de retirada, sem os devidos cuidados, da obturação.

Diante desses dados, a melhor maneira de se avaliar quantitativamente a intoxicação por Mercúrio, Chumbo e Cadmo, é através do teste de provocação. Faz-se a medição do metal em urina de 24 horas, antes e depois da provocação com um quelador de metal pesado. Costumo usar como agente quelante/provocador o DMPS endovenoso ou intramuscular, mas se pode usar também o DMSA (oral), o EDTA (soro) e a d-Penicilamina. O ideal é não fazer agentes queladores sistêmicos com o paciente ainda portando obturações de amálgama. O mesmo deve ser dito para os agentes mobilizadores de mercúrio como a diluição homeopática (Merc sol.).

Uma advertência particular deve ser feita para os colegas que usam a quelação por EDTA para problemas cardiocirculatórios. O EDTA além de formar com o mercúrio complexos tóxicos para o Rim, pode provocar, no paciente ainda com amálgama, uma perigosa mobilização de mercúrio.

O tema mercúrio merece uma abordagem à parte que foge dos objetivos desse artigo, mas posso dar o meu testemunho do potencial de adoecimento e desequilíbrio representado por este metal pesado. O mercúrio é sem dúvida o principal responsável pelos quadros de alteração do SNA (disautonomia), com uma gama variada de sintomas como: taquicardia, hipo/hipertensão arterial, alteração de temperatura, alteração de motilidade gastrointestinal, etc.

Ironicamente, os dentistas que se fiam no discurso da ADA, apresentam quase sempre níveis importantes de intoxicação, e é aconselhado que eles tomem cuidados a esse respeito. O próprio ambiente do consultório dentário já foi estudado e comprovado tratar-se de um ambiente poluído por mercúrio.

3. Eletrogalvanismo

É a presença de corrente elétrica oriunda dos contatos entre os materiais dentários. Geralmente entre materiais dentários diferentes, mas pode também ocorrer com materiais idênticos. A corrente elétrica produzida gera o desgaste dos próprios materiais, e é conduzida pela saliva para os tecidos vizinhos, principalmente SNA, e daí para o SNC. O eletrogalvanismo bucal pode acarretar falta de concentração, perda de memória, insônia, problemas psicológicos, zumbido, vertigem, epilepsia, perda de audição, problemas oculares, etc.

O diagnóstico de eletrogalvanismo pode ser feito por medição com um voltímetro ou amperímetro semelhante ao usado em eletroacupuntura de Voll. Mede-se a corrente em relação aos tecidos bucais e em entre os materiais. Consideramos valores significativos àqueles iguais ou maiores que 100 mv ou 3 a 5 miliAmp.. Na falta de um aparelho, podemos usar o teste muscular.

Neste caso, pesquisamos o galvanismo vertical e o horizontal. No primeiro caso, pedimos ao paciente para fechar a boca e tocar levemente os dentes. Se o músculo indicador desligar o teste é positivo. No segundo, escolhemos um músculo desligado/fraco e passamos uma fita desmagnetizadora de cabeçote de toca-fita sobre a pele da face. Se o músculo ligar o teste é positivo. Muitos pacientes já experimentam melhoras passageiras depois do teste. Mas, o tratamento requer a intervenção do dentista e a substituição dos metais por resina polimerizável.

4. Disfunção Temporomandibular ou Dentoarticular

O sugar/mastigar representa um mecanismo primário de sobrevivência. Todo mamífero começa seu desenvolvimento a partir da boca. No início, é através da boca que ele interage e se relaciona com o meio externo. Vindo depois os demais sentidos. Hoje em dia cresce o número de estudiosos a considerar que o desenvolvimento psiconeurobiológico do homem, tem como eixo central o desenvolvimento dos mecanismos do sugar/mastigar, e não o eixo do processo cognitivo cerebral clássico e da locomoção. Em termos estruturais podemos notar a importância biológica dessa região.

Cerca de sete pares cranianos lhe dão suporte ao funcionamento. É evidente de que quanto mais complexa e estratégica é uma região, em termos neurofuncionais, maior é a oferta de vias neurais. No entanto, pelo lado do desequilíbrio, tal região assume um potencial significativo em relação ao poder de interferência junto ao SNC e SNA. Ou seja, os processos interferentes da boca têm maiores possibilidades de afetar os núcleos centrais de comando da bioinformação (cérebro médio), do que processos onde a via aferente passa por filtros como os gânglios paravertebrais e a medula. Além disso, e não por acaso, a boca se especializou em unidade funcional de forte expressão emocional. Não podemos mais abordar essa unidade sem ter claro que por trás de alterações estruturais se encontram quase sempre processos emocionais causais ou coadjuvantes.

O principal processo a comprometer a função temporomandibular é chamado de problema oclusional ou má oclusão. A má oclusão ocorre geralmente por três grupos de problemas: 1. Perda de elementos dentários por cárie, doença periodontal, trauma ou desgaste por bruxismo; 2. ação do dentista através de restaurações com altura inadequadas; 3. Problema de desenvolvimento - emocional, dietético (alimentos processados, principalmente farinha e açúcar). O problema da má oclusão não fica restrito apenas a boca, como pensa a odontologia oficial, todo o organismo terá que se adaptar a esta situação. O crânio e a face se destorcem para facilitar a oclusão. Essa alteração por sua vez tensiona as meninges, em especial a dura mater e suas inserções cervical e sacrococcígea. A coluna vertebral e o quadril são forçados ao desalinhamento. Portanto, escoliose, dor lombar e lombossacra, sintomas cerebrais como depressão, perda de memória, insônia, fadiga, são quadros esperados. Numa abordagem que considera a integração de toda a rede de fáscias corporal, o problema oclusional, pode tensionar qualquer região do corpo e, por outro lado, qualquer região do corpo pode, quando alterada (eg. cicatriz, eletrogalvanismo, material), afetar a articulação temporomandibular.

Conclusão

A influência dos problemas da boca no todo orgânico há muito é reconhecida por médicos e dentistas Europeus, em especial na Alemanha. Nos EUA, os adeptos dessa linha se entitulam Holistic Dentist ou Biological Dentist. Aqui entre nós, essa percepção é ainda incipiente, e tem sido salientada mais pelos médicos que seguem a influência da medicina biológica, do que pelos dentistas. Seria um primeiro passo se, pelo menos, os médicos e dentistas que seguem a linha natural começassem a considerar o saber e a experiência já disponíveis nas suas abordagens. Esse artigo é uma contribuição nesse sentido.

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